É hora de potencializar os efeitos positivos das Boas Práticas de Fabricação.
As boas práticas de fabricação (BPF) ganharam notoriedade frente a crise do COVID-19, tendo em vista que os cuidados com a higiene, assim como, condutas adequadas são essenciais na prevenção da doença e achatamento da curva de programação, como por exemplo os hábitos de não tossir, espirrar e falar sob os alimentos, não usar esmaltes e ter cuidados com as unhas, manter o rosto barbeado, manter objetos pessoais em seus devidos locais e não compartilhar o uso.
A conduta individual agora tem efeitos também sobre o coletivo. Dentro desse contexto, as BPF ganharam um novo significado, pois agora todos podem perceber que quando adotadas, criam uma forma de proteção a sua saúde e das outras pessoas, o que inclui seus amigos e familiares. Espera-se que nesse novo cenário haja o amadurecimento da cultura de segurança de alimentos nas organizações.
No dia 06 de abril a ANVISA publicou a Nota Técnica nº 18 para reforçar as Boas Práticas de Fabricação e Manipulação dos Alimentos e a importância em ter um olhar mais crítico quantos procedimentos já existentes como forma de prevenção da contaminação do coronavírus através do ambiente, superfícies e de pessoa a pessoa.
Importante nesse momento, além de dar maior ênfase as boas práticas já existentes, mas também analisar criticamente a necessidade de aprimora-las e também criar novas políticas.
Os profissionais das empresas de alimentos tem um dever de casa! Devem focar na análise e adequação dos procedimentos operacionais padrão com um novo olhar considerando os seguintes pontos:
- Saúde do colaborador: avaliação do estado de saúde do colaborador, aumento do espaçamento físico entre os colaboradores e maior divisão dos turnos de trabalho e o que fazer no caso de alimentos produzidos em plantas com casos positivos de COVID- 19
- Higiene das mãos: recursos adequados, como higienizar, duração, quando deve-se lavar e a frequência.
- Higiene do ambiente, equipamentos e utensílios: uso de métodos e produtos químicos adequados, abrangência do programa e a frequência.
- Higiene e conduta pessoal: o uso de máscaras, óculos de proteção e luvas pode ser indicado com meios a prevenção da contaminação cruzada, porém os cuidados com a higiene dos mesmos e pessoal não podem ser descuidadas.
- Controle de matéria-prima e fluxo de produção: cuidados no contato físicos comas as pessoas envolvidas nessa atividade na hora do recebimento e expedição, técnicas de desinfecção das embalagens e disponibilidade dos recursos adequados para higiene das mãos.
- Transporte: aumentar os cuidados com a higienização do próprio veículo e nas áreas de maior contato das mãos com as superfícies, como maçaneta, volantes, etc.
- Manipulação dos alimentos: a higiene das mãos, pessoal, regras de conduta, cozimento adequado, higienização das superfícies de contato e controle de saúde.
Importante que todos os produtos químicos utilizados nos procedimentos de higienização tenham registro no ministério da saúde e que as práticas de treinamento e capacitação de todos os colaboradores sejam intensificadas.
Mesmo sabendo que não há estudos que comprovam que o COVID-19 é uma doença transmitida pelos alimentos, sabemos que as boas práticas de fabricação e higiene são obrigatórias para este segmento na prevenção de outras doenças e que nesse momento também são essenciais para minimizar o risco de contaminação cruzada e consequente aumento do número de casos.
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