Gerenciamento de crise requer adaptabilidade e agilidade

O tema gestão crise entrou para a pauta principal de todas as organizações, consultores e até mesmo na nossa vida pessoal. Demorei para escrever esse artigo, mas espero que ainda dê tempo que ele seja útil para vocês.

Vivendo de fato uma crise, podemos dizer que estamos em um ambiente onde o contexto organizacional e social mudou radicalmente de uma hora para outra de forma imprevisível. Um ambiente total de VUCA, traduzindo para o português, que tem a ver com um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo, em função da interconexão, interdependência e globalização.

Se há uma crise, precisamos gerencia-la, certo? Portanto, para falar sobre gestão de crise, penso que o passo inicial seria o de compreender a própria definição de crise. Consultei o bom e velho dicionário para isso, vamos lá! O Dicionário Aurélio define crise como: “Momento perigoso ou difícil de uma evolução ou de um processo; período de desordem acompanhado de busca penosa de uma solução.” Já o dicionário Michaelis, descreve como: “Momento crítico ou decisivo; Situação aflitiva; Conjuntura perigosa, situação anormal e grave; Momento grave, decisivo.”

Ao viver na pele uma crise como essa, os conceitos que a definem fazem muito mais sentido!

Como disse Sidney R. Modenesi, “Uma certeza na vida – a crise!”. Porém, o que acontece é que muitas vezes não sabemos de onde ela pode vir e a extensão que ela pode tomar, por isso que o gerenciamento de crise, requer uma estrutura pré existente de pessoas e sistemática para gerencia-la, para que se concentre a energia em compreender os impactos e estratégias para o negócio.

Crises são os maiores desafios para as organizações, pois diante de uma situação inerentemente anormal, instável e complexa representa uma ameaça aos objetivos estratégicos, a reputação e, em última análise, sua sobrevivência. Diante isso é necessário fazer as coisas de um jeito diferente e isso envolve a busca de soluções e tomadas de decisão. E isso requer preparo para reação, o que significa dizer, adaptabilidade e agilidade por parte da liderança, e também, uma gestão sistemática e organizada com as pessoas certas. Estes poderiam ser passos importantes:

Mapear o Negócio
Analisar o Impacto do Negócio
Definir as estratégias
Estabelecer a comunicação
Executar as estratégias
Acompanhar a implementação e evolução
Analisar os Resultados
Manter ou redirecionar as medidas
Levantar a lista de lições aprendidas

Como referência para o gerenciamento de crises temos a robusta norma inglesa, evolução do PAS 200, a BS 11200: 2014 – Guia e Boas Práticas para o Gerenciamento de Crises que oferece orientação para ajudar em um plano de manejo, criação, operação, manutenção e melhoramento da capacidade das empresas em realizar a gestão de crises organizacionais.

Pensando nas ISOs, temos a Européia ISO TS 17091: 2018 – Guia para o desenvolvimento de uma capacidade Estatégica Gestão de Crises – Guia para o Desenvolvimento de uma capacidade

O grupo técnico da ISO, o TC 292 de Segurança e Resiliência está trabalhando em duas outras normas (grupo de trabalho nº9), que ainda não foram publicadas mas estão em vias, sendo elas:

ISO 22360 – Segurança e Resiliência – Gestão de Crises, conceitos, princípios e estrutura
ISO 22361 – Segurança e Resiliência – Guia para o desenvolvimento de uma capacidade estratégica

Bom, vou chegando ao fim. Imagino que a capacidade de resiliência das organizações vai depender do comprometimento e investimento na prevenção, preparação, conscientização, treinamento e melhoria contínua da gestão de crise e todos os outros elementos que a suportam como a gestão de risco, atendimento e prontidão a emergência, conscientização, treinamento e comunicação.

Frases para refletir:

“No inferno os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise.”
– Dante Alighieri
“Quando escrito em chinês a palavra crise compõe-se de dois caracteres: um representa perigo e o outro representa oportunidade.”
– John Kennedy

Esse artigo foi inspirado nas seguintes referências:

https://www.dicio.com.br/crise/