Algumas pessoas estão nos procurando com preocupações a cerca da transmissão do coronavírus através dos alimentos.

Hoje podemos afirmar que não é possível transmitir o COVID-19 através dos alimentos, pois não há evidência fundamentada por estudos e pesquisas que comprovem essa possibilidade. Essa afirmação é compartilhada oficialmente também pela ANVISA.

A European Food Safety Authority – EFSA, avaliou esse risco em outras epidemias causadas por vírus da mesma família e concluiu que não houve transmissão por alimentos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS, o comportamento do novo Coronavírus deve ser semelhante aos outros tipos da mesma família. Assim sendo, ele precisa de um hospedeiro – animal ou humano – para se multiplicar.

Importante saber que esse grupo de vírus é sensível às temperaturas normalmente utilizadas para cozimento dos alimentos, em torno de 70ºC.

A dinâmica dessa pandemia mostra que a transmissão tem ocorrido de pessoa para pessoa, pelo contato próximo com um indivíduo infectado ou por contágio indireto, ou seja, por meio de superfícies e objetos contaminados, principalmente por gotículas de salivas e respiratórias geradas pela tosse e espirro de pessoas infectadas.

O fato é que vírus podem persistir por poucas horas ou vários dias, a depender da superfície, da temperatura e da umidade do ambiente, mas é eliminado pela higienização ou desinfecção, conforme visto no estudo do Journal of Hospital Infection e MedRxiv. Sem dúvida, a higienização ou desinfecção das superfícies é uma das estratégias mais importantes para evitar a exposição ao coronavírus.

Sabendo que boas práticas de fabricação são essenciais na prevenção de doenças transmitidas por alimentos (DTA’s) e que também favorecem na prevenção do coronavírus, listamos abaixo algumas dicas importantes que podem ser úteis para você que manipula alimentos em casa ou no trabalho:

  • Quem prepara os alimentos deve lavar bem as mãos com água corrente e sabão em todas as suas partes, considerando também as unhas, áreas entre os dedos e o punho por no mínimo 20 segundos. Secar as mãos com papel toalha descartável. O uso do álcool em gel a 70% ao final é recomendado na finalização.
  • As mãos devem ser lavadas sempre que:
  1. Tossir, espirrar, coçar ou assoar o nariz.
  2. Coçar os olhos ou tocar na boca.
  3. Preparar alimentos crus, como carne, vegetais e frutas.
  4. Manusear embalagens de alimentos.
  5. Manusear celular, dinheiro, lixo, chaves, maçanetas, entre outros objetos.
  6. Ir ao sanitário.
  7. Retornar dos intervalos.
  • Mantenha as unhas curtas, sem esmaltes, e não use adornos que possam acumular sujeiras e microrganismos, como anéis, aliança, relógio, pulseira e quaisquer amuletos na região dos punhos e mãos.
  • Não converse, espirre, tussa, cante ou assovie em cima dos alimentos, superfícies ou utensílios. Essa recomendação é muito importante no momento do preparo e distribuição.
  • As vestimentas utilizadas em ambientes públicos devem ser substituídas por vestimentas próprias para o manuseio de alimentos ou cobertas por jalecos ou aventais.
  • Os sapatos utilizados em ambientes públicos devem ser substituídos por sapatos próprios para o manuseio de alimentos ou cobertos por pró pé ou desinfetados.
  • As superfícies e utensílios que entram em contato com os alimentos devem ser limpas e desinfetadas antes e após o uso.
  • Dê mais atenção à higienização das superfícies ou utensílios após a manipulação de carnes cruas ou vegetais não lavados. Esses alimentos são reconhecidos como fonte de contaminação de doenças transmitidas por alimentos (DTAs).
  • Quando uma pessoa com doença infecciosa for manipular um alimento, é preciso avaliar se há risco de o agente da doença ser transmitido. Nos serviços de alimentação, a doença deve ser relatada ao supervisor, que dará as orientações sobre como proceder.
  • Agora se a pessoa que trabalha em serviços de alimentação estiver diagnosticada com COVID-19 deve seguir as orientações de isolamento do Ministério da Saúde para evitar a transmissão de pessoa para pessoa.
  • Cozinhe bem os alimentos, uma vez que muitos dos agentes transmissores da doença são sensíveis ao calor.
  • No caso de alimentos que são habitualmente consumidos crus, deve-se ter atenção redobrada com a procedência e a higiene.
  • Algumas orientações para a higienização de hortifrutis:
  1. Deve ser feita em local limpo, com água potável e produtos desinfetantes para uso em alimentos com a diluição de acordo com as instruções recomendadas pelo fabricante.
  2. A higienização compreende a remoção mecânica de partes deterioradas e de sujidades sob água corrente potável, seguida de desinfecção por imersão em solução desinfetante. Quando esta for realizada com solução clorada, os hortifrutis devem permanecer imersos por quinze a trinta minutos, seguidos de enxágue final com água potável.
  3. Recomendações de diluições para a solução clorada desinfetante:

a) 10 ml ou uma colher de sopa rasa de hipoclorito de sódio na concentração de 2 a 2,5%, diluída em um litro de água potável;

b) 20ml ou 2 colheres de sopa rasas de hipoclorito de sódio na concentração de 1%, diluídas em um litro de água potável.

  • Toda embalagem deve ser lavada com água e sabão ou desinfetadas com álcool em gel a 70% antes de serem abertas, conforme tipo de embalagem, se plástica, metálica, vidro ou papel, por exemplo.
  • Não compre e não use produtos com embalagens amassadas, estufadas, enferrujadas, trincadas, com furos ou vazamentos, rasgadas, abertas ou com outro tipo de defeito.

Durante as entregas de Alimentos, alguns cuidados devem ser tomados.

Reunimos algumas soluções para diminuir o risco de contaminação cruzada dos produtos que estão sendo levados até os consumidores através do delivery.

São elas:

1) Evite realizar o pagamento pelas máquinas físicas. Durante o pedido aproveite e pague no momento do pedido pelo aplicativo do seu celular.

Importante que o entregador, caso leve a máquina, leve junto um recipiente com álcool gel (70°) para higienizar sempre após a mesma ser utilizada.

2) As embalagens que contém o alimento, antes de serem abertas, assim que chegar em casa, devem ser higienizadas com álcool 70%.

3) De preferência ao uso de aplicativos com possibilidade de entrega sem contato físico. Ao selecionar a nova opção de entrega, o usuário pode combinar via chat onde o pacote deve ser deixado.

4) Os entregadores devem se preocupar em higienizar os compartimentos com álcool gel (70°) ou soluções de hipoclorito de sódio a cada entrega que realizam.

Importante ressaltar que o coronavírus não é transmitido por alimentos e que as medidas citadas acima é uma forma de prevenção da transmissão pessoa a pessoa ou através da contaminação cruzada das pessoas com superfícies contaminadas.

As boas práticas de fabricação são regras básicas e essenciais para qualquer membro da cadeia produtiva de alimentos na prevenção de diversas doenças, sendo elas uma obrigação legal. O objetivo desse artigo é o de reforça-las de forma que possam ser úteis também ao combate ao coronavírus.

Transformamos esse artigo em uma apresentação para que você possa utilizar nos treinamentos da sua equipe ou conscientização da sua família e amigos.