No dia 8 de maio realizamos a Live do projeto S2G Convida com a Médica Veterinária Isabelle Campello sobre “Doenças transmitidas por alimentos, o que os consumidores precisam saber”. Reunimos aqui alguns pontos que foram abordados durante o bate-papo desse assunto de grande relevância para todos nós.

De acordo com a OMS, estima-se que 600 milhões de pessoas – quase 1 a cada 10 pessoas no mundo – adoecem após comer alimentos contaminados e 420 mil pessoas morrem a cada ano, resultando na perda de 33 milhões de pessoas.

A pandemia trouxe um olhar mais criterioso por parte dos consumidores sob a forma como os alimentos estão sendo manipulados, produzidos e entregues. E isso é muito relevante não só para Covid-19, mas também para outras doenças veiculadas por alimentos, como no caso das zoonoses.

As zoonoses são enfermidades naturalmente transmissíveis entre os animais e o homem, representando uma importante ameaça à saúde e ao bem-estar da população. Apesar do progresso, das medidas de controle e da cobertura com serviços de saúde, essas doenças continuam registrando altas taxas de ocorrência nas zonas urbanas e rurais. As zoonoses podem ser transmitidas também através da via alimentar.

Algumas medidas preventivas associadas:  Higiene pessoal e do ambiente; Vacinação dos animais; Controle de vetores e reservatórios; Controle da qualidade da água e dos alimentos; Controle sanitário das criações de animais de companhia e de produção; Cozimento adequado dos alimentos; Não criar animais silvestres sem autorização do órgão competente; Posse responsável de animais.

O médico-veterinário garante o controle de qualidade e a segurança no consumo de alimentos através da fiscalização e implementação das boas práticas de produção, armazenamento, conservação e comercialização de produtos de origem animal, como por exemplo no caso do leite, ovos, pescado, carne, queijo. Isso engloba a fiscalização e o controle sanitário de ambientes, processos, insumos e tecnologias aplicadas, além da capacitação dos prossionais envolvidos.

O médico veterinário possui capacidade técnica para diagnosticar, investigar, prevenir, remediar e solucionar os principais riscos de saúde pública inerentes ao consumo de produtos de origem animal.

Apresentado alguns estudos mostrando a importância do controle saninário na produção de alimentos animal:

  • Foi realizado um estudo em campo Mourão no Paraná que através de pesquisas foi observado que 35% das pessoas na área urbana consumia leite cru, o consumo se dava pois acreditava que o leite cru é mais saudável e desses 35% 89,00% desconhecia as doenças que o leite cru pode causar.
  • Estudos realizados pela IDAF (Instituto de defesa agropecuária e florestal do Espírito Santo) foi considerado um número expressivo de condenação de carcaças devido a ocorrência de cisticercose e brucelose nos meses de janeiro a setembro de 2018. Esses dados corroboram com os impactos causados pela ingestão de alimentos contaminados resultando em danos a saúde. Foram detectados 111 casos de cisticercose e 122 de tuberculose
  • Estudos de Takayangui estima se que 50 milhões de pessoas estão infectadas pelo complexo teníase cisticercose e 50 mil morrem todo ano no mundo.
  • No período de 28/03/2018 a 24/10/2018 dos 580 bovinos abatidos em estabelecimentos industriais sob fiscalização da Coordenadoria de Controle de Qualidade de Produtos Agropecuários Industrializados, SIE-RJ da Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária, SEAPEC-RJ, foram condenadas, ou seja, rejeitadas para consumo humano, 53 carcaças de animais acometidos por tuberculose, representando 9,13% do total abatido. Esses dados corroboram em mostrar que existem animais com tuberculose, e caso ocorra o abate clandestino, ou seja, sem inspeção e fiscalização de órgão competente , os consumidores tem grandes possibilidades de se contaminar.

Os consumidores possuem um papel importante nesse contexto. Na hora da compra dos alimentos de origem animal devem checar se no rótulo consta alguns dos selos de inspeção expostos abaixo:

Em caso da observância de irregularidades os consumidores devem exercer seu direito conforme o código de defesa do consumidor, comunicar o ponto de venda, contatar o SAC das marcas envolvidas e também fazer contato com os órgãos fiscalizadores competentes.

 

A S2G oferece cursos dos Programas de Autocontrole (PAC) para a produção de alimentos de origem animal. Próxima turma será nos dias 09 e 10 de setembro das 17h as 21h! Serão 8 horas de aprendizado e troca de experiência!